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Fear of Change

18 de novembro de 2021

Fear of Change

Esse ano tive grandes mudanças na minha vida. Logo no primeiro mês, voltei para meu antigo emprego como técnico de informática em um órgão público federal da minha cidade, pois estava desempregado já havia um tempo, e sem perspectiva de conseguir algo tão cedo. 

Depois de mais uma das minhas tentativas de empreender, havia acabado de encerrar uma sociedade empresarial na qual acreditava que finalmente poderia dar certo, e seguir com o meu sonho de ter uma empresa de desenvolvimento na minha região. Aprendi uma coisa: o Brasil não incentiva ninguém a empreender. 

De volta ao emprego de técnico, passei a avaliar a minha vida, e que rumo as coisas estavam tomando, e cheguei à conclusão de que meus sonhos estavam sendo mortos, soterrados por muitas decepções profissionais. Minha condição depressiva estava voltando ao que era anos atrás, me fazendo sentir cada dia pior e acabando com as minhas expectativas. 

O primeiro passo que tomei para mudar tudo isso, foi buscando um novo profissional psiquiátrico para mudar os rumos do tratamento que já faço há anos, com altos e baixos. Com uma nova receita e tratamento em mãos, passei a fazer tudo direitinho, para que os efeitos fossem mais concretos, e imediatos. Não demorou muito tempo, comecei a pensar em milhares de coisas para conseguir mudar o meu destino, a começar por me especializar em uma tecnologia de programação em que eu pudesse posteriormente me dedicar a distribuir currículos por aí. 

Coincidentemente, a Rocketseat acabara de anunciar a Next Level Week, no qual não hesitei em participar. Ao final, do evento, tive a honra de ser um dos escolhidos para a bolsa do programa Ignite, uma ferramenta de aceleração de carreira deles. Sendo sincero, dei muita sorte. Participei do programa, e adquiri uma carga de conhecimento que, sozinho, iria demorar muito mais tempo para eu conseguir descobrir e absorver. Após isso, comecei a elaborar meu perfil no LinkedIn, desenvolver algumas coisas básicas para meu perfil no Github (tudo com dicas da Rocketseat, os caras fazem tudo mesmo), e parti para distribuir meu currículo para diversos lugares.

Foram MESES só recebendo “NÃO”. Participando de seletivas, e sendo desclassificado por não ter experiência comprovada na área, mesmo programando desde meus 14 anos de idade. Isso acaba com a autoestima da gente, sabe? 

Através de uma indicação (distribuir currículo para quê?), no mês de outubro, consegui o meu primeiro emprego como desenvolvedor. Hoje, completo um mês nesta empresa, e apesar de ainda não ter escrito uma linha sequer de código por conta de políticas internas e prazos a cumprir treinamentos, nunca estive tão feliz. Depois de anos trabalhando informalmente com o que mais amo, finalmente minha primeira oportunidade formal apareceu, mesmo perto de estar próximo dos 30 anos de idade.

Para melhorar, minha esposa recebeu uma proposta de ir para São Luís – MA para trabalhar. Aceitar esta proposta não foi uma decisão difícil de tomarmos, estamos muito felizes e ansiosos por esta nova fase. Mas aí surge a pergunta: será que vai dar tudo certo?  

Estou cheio de incertezas, com medo, ansioso, e querendo ver onde isso vai dar. Incrível como as coisas na cabeça de um depressivo criam um turbilhão de coisas. Isso se mistura com esta nova experiência no novo emprego, onde de novo a pergunta surge, e acaba me deixando desconfortável. 

Contudo, aprendi uma lição importante da vida durante minha breve vivência até então: encarar os medos é a melhor coisa que posso fazer. Só vou saber se deu certo ou não, se eu passar pela experiência. Então, estou mergulhando de cabeça nessas novas oportunidades, e vou dar o melhor de mim para que a experiência seja positiva. 

Me desejem sorte! 

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