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Despedida

11 de julho de 2022

Despedida

Os tempos que achei que seriam os melhores, se tornaram os piores em questão de dias. Mas, hoje, eu não vos escrevo aqui para reclamar, pois já faço isso em demasia. Hoje, eu escrevo este texto para externar o que tem passado pela minha cabeça. 

 

Nunca fui um bom filho. Nunca fui fã da vida e nem de seus “lances” característicos. As experiências da vida adulta me fizeram considerar muitas coisas que, enquanto jovem, considerava de pouca importância. Diversas experiências foram determinantes para esta mudança de pensamento, mas com certeza a maior delas foi ter sido convencido a fazer tratamento psiquiátrico. Em um momento como estes, o Giordano do passado já teria arquitetado a sua fuga. 

 

Aqui estou eu, encarando a realidade. Despedir-me do meu pai não está sendo fácil, mas hoje eu entendo que este é o processo, e a melhor coisa que devo fazer, é encarar e deixar acontecer da forma mais natural possível. Hoje, meu velho está em paz, e todos nós que fizemos parte do processo, também. Há quem diga que o abandonamos, mas para estes eu deixo o convite em aberto para nos sentarmos e conversar.

 

Continuo não sendo fã da vida, mas estou aqui para vivê-la, assim como fez meu pai. Aproveitar bons momentos com minha família e amigos tem sido a minha prioridade neste momento. Daqui a um tempo, alçarei voos mais altos, mais longos (ou não), acompanhado ou sozinho, para que eu sinta que tudo faça sentido, e que momentos como este de despedidas sejam para celebrar o que foi realizado, e não para lamentar o que foi deixado de lado. 

 

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